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 |  Assunto: 06. Contos & Poemas  Dom maio 24, 2020 4:19 pm | |
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———— PRÓLOGO
I
O mundo nem sempre foi como ele é hoje. Antes feras gigantescas dominavam o mundo cruzando seus céus, sem força comparável que pudesse lhes fazer frente. Nenhuma outra raça conseguia lhes desafiar a soberania e o mundo se via sob o controle dos chamados Dragões Ancestrais. Existiam animais e humanoides que viviam nas sombras, evitando o encontro com qualquer dos dragões. Esse encontro possivelmente seria mortal. Possuindo consciência da suas existências. esse humanoides começaram a se organizar, criando pequenos vilarejos em uma área restrita, escolhendo cavernas pequenas para se esconderem e viverem.
Pouco a pouco foram se constituindo famílias e eles foram ficando mais sofisticados em sua organização. Nada disso ainda permitia extrapolar os limites de suas vidas às escondidas, evitando e fugindo dos dragões. Até que algo aconteceu. Uma intervenção ainda sem explicação. Cincos dos mais destacados humanoides receberam uma benção. Se antes seus familiares morriam em poucas décadas, eles tinham ganhado agora a dádiva de uma vida mais longa e... um poder que por muitos anos ainda ficou desconhecido deles. Foi em um encontro que aconteceu a revelação. Um desses humanoides estava colhendo galhos de árvores em uma noite quando sentia um sopro de ar quente lhe esvoaçar os cabelos negros. Sentiu seu corpo tremer e teve dúvida se viraria ou não para encarar quem lhe respirava às costas.
Lentamente se virou e viu os olhos azuis gigantescos a lhe encarar a poucos metros de distância. Deixou cair os galhos de suas mãos e pensou em correr. Mas o animal colossal de cor acinzentada lhe interpelou antes: — Então você é um dos escolhidos? — Sua voz era maligna e o humanoide sentia cada palavra penetrar seus ossos. Não entendia bem o significado das palavras do dragão e se manteve calado. — Certamente você já ouviu um de nós conversando e sabe agora que também podemos falar a sua língua. Você consegue me entender? Ótimo. Estou aqui para lhe fazer uma proposta. Meu pai quer destruir todos da sua raça. —
O homem continuava incrédulo de tudo que estava acontecendo e o dragão, antes sorridente e esnobe, agora falava com maior seriedade e continuava sua proposta: — Você e mais quatro da sua raça receberam um presente. Eu sei quem pode ter sido, mas jamais o conheci, apenas ouvi meu pai conversando com ele. Vocês receberam parte da alma de um dragão. Com ela, vocês podem nos matar. Mas não sabem como fazer isso, naturalmente. HAHA. — Pensativo por alguns instantes, por fim o Dragão Albino chegou em sua proposta. — Eu sei que meu pai está furioso por vocês agora poderem nos matar e ele não aceitou isso. Por isso ele jurou matar vocês. Eu não me importava até que... eu era o segundo na linha de sucessão, o segundo mais poderosos, líder atrás apenas de meu pai, mas... ele preferiu a meu irmão. Eu perdi meu comando e agora não sou mais o segundo. Se você aceitar matar meu irmão, eu posso lhe dizer como fazer. Conversa com os seus e retorne amanhã para me informar sua resposta. —
Gwyn mal conseguia andar e quando contou aos seus iguais, uma mescla de espanto e medo dominou a todos. "Como conseguiriam vencer os Dragões? Não eram eles imortais?" Assim todos pensavam. Mas não eram. Matar um dragão não era fácil e a história anterior a eles tinha conhecido apenas duas pessoas capazes de derrotar um Dragão Ancestral. Outrora existiu um povo que desafiou os Dragões e conseguiu derrotar dois deles. Mas foram todos assassinados no fim. Esse é o medo de Alduin, o poderoso primeiro Dragão Ancestral a habitar esse universo.
Na Primeira Grande Batalha da Pré-Era, Alduin perdeu sua esposa. O que se viu após tal morte foi a completa aniquilação do primeiro povo que recebeu a dádiva que agora o povo de Gwyn está a receber. Alduin logo que soube que novamente isso iria acontecer, jurou a morte deles. Após muita conversa, Gwyn e seus companheiros decidiram que aceitariam a proposta do Dragão Albino. Descobririam como derrotar os dragões e iriam iniciar a batalha contra eles. Não aceitariam mais viver escondidos e com medo. No outro dia, Gwyn se encontrou com o dragão no mesmo local e lhe informou sua decisão. Ao ouvir a resposta de Gwyn, o Dragão Albino lhe deu os detalhes.
— Existe uma árvore, próxima daqui, a Árvore Ancestral, cortando-a vocês podem extrair um líquido verde. Ele é dito poder enfraquecer a nossa raça e sua mera inalação já nos deixa atortoados. O ideal é que consigam nos ferir com ele. Conseguindo isso, vocês terão uma janela de tempo em que precisarão perfurar nosso coração. Passado o efeito do líquido, não mais conseguirão perfurar nossas escamas. Mas... em troca destas informações eu quero um reino após a vitória de vocês, se vencerem... metade do mundo será meu e a outra metade vocês podem viver. Parece bom para você? Querem mais uma informação? Matem meu irmão. Sem ele, meu pai ficará perdido... — Gwyn balançou a cabeça em confirmação. O acordo estava feito.
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